sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Cilhades- A cabeça antropomorfa do Castelinho


Foto do Arquivo F.M.
Um novo elemento de plástica antiga em Trás-os-Montes

Filipe João C. Santos* Lois Ladra**
Ponencia
Os celtas da Europa Atlántica.
III Congreso Internacional sobre a cultura celta.
15-17 de Abril de 2011

Resumo: Apresenta-se uma cabeça antropomorfa em granito, inédita, aparecida há várias décadas no sítio proto-histórico do Castelinho (Felgar, Torre de Moncorvo,
Bragança, Portugal). O Castelinho encontra-se actualmente em processo de escavação arqueológica in extenso, constatando-se, por enquanto, a existência de um único nível de ocupação, correspondente à Segunda Idade do Ferro, sem presença alguma de ergologias romanas estratigraficamente contextualizadas.

Palavras-chave: Idade do Ferro, Trás-os-Montes, Cabeça antropomorfa.
Abstract: We present a previously unpublished anthropomorphic head made in
granite, which was found several decades ago at the protohistoric site of Castelinho
(Felgar, Torre de Moncorvo, Bragança, Portugal). Castelinho is currently undergoing
archaeological excavations, noting, for now, the existence of a single occupation level
corresponding to the second Iron Age, without any evidence so far of a secure Roman
stratigraphic context.
Keywords: Iron Age, Trás-os-Montes, Anthropomorphic sculpture.
* Arqueólogo, Coordenador do Estudo Etno‐Arqueológico de Cilhades. ACE Baixo Sabor.
santos.philipe@gmail.com. Tlm: 939363740.
** Arqueólogo e Antropólogo. Lúnula – Patrimonio Cultural e Arqueoloxía. ACE Baixo Sabor.
lunulapatrimonio@gmail.com. Tlm: 969023998.


1. INTRODUÇÃO

A construção de uma nova barragem hidroeléctrica na região de Trás-os-Montes
Oriental – Aproveitamento Hidroeléctrico do Baixo Sabor, abarcando esta obra de
engenharia uma vasta área do distrito de Bragança e englobando a sua futura albufeira
parte dos concelhos de Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé e Mogadouro, levou à
concretização de um plano de salvaguarda do património – PSP -, concebido para
acautelar, ao risco de destruição, quaisquer elementos patrimoniais existentes na área de
afectação do empreendimento aludido.
 Nesse documento orientador de todos ostrabalhos arqueológicos a serem realizados no âmbito desta empreitada, foram
contemplados diversos estudos específicos, recaindo os mesmos sobre diferentes áreas e
categoriais patrimoniais do vale do Rio Sabor. Englobando um amplo espectro
cronológico, os mesmos incidem desde a Pré-história antiga até à Época
Contemporânea. A par com os estudos referidos, foi também equacionada a análise
aprofundada ao nível histórico, arqueológico e antropológico de um pequeno território
localizado na margem direita do Rio Sabor – Cilhades (Lugar da Freguesia de Felgar,
Torre de Moncorvo, Bragança) –, atendendo-se, desde logo, à longa diacronia
ocupacional ali observada. Designado por Estudo Etno-Arqueológico de Cilhades, visa
o mesmo, na sua essência, dar conta de distintos aspectos dessa dilatada presença
humana naquele espaço muito particular.
Muito embora os vestígios antrópicos mais visíveis de Cilhades se prendam com
construções directamente relacionadas com o aproveitamento sazonal dos terrenos
agrícolas ali existentes, conotando-se estas com todo um conjunto de edifícios de apoio
agrícola, muros de socalco, muros apiários, poços de captação e levadas de água – entre
outras construções –, há neste pequeno lugar claras evidências de uma ocupação
continuada no tempo, iniciada na II Idade do Ferro, prolongando-se pelo período
romano e medieval e estendendo-se, praticamente, até aos dias de hoje. Se é certo que
do período romano e medieval os elementos históricos disponíveis – documentação e
vestígios arqueológicos -, não nos permitem, à data, tecer grandes considerações sobre
o(s) tipo(s) de sítio(s) com que nos deparamos, parece ser notório, ainda assim, uma
clara diferença ao nível da ocupação espacial de Cilhades na sua longa diacronia.
Assim, assiste-se por um lado ao estabelecimento de uma pequena comunidade protohistórica
num ponto elevado, ocupando e fortificando o topo de um esporão com amplo
domínio visual, no local hoje conhecido por Castelinho, tratando a ocupação humana
dos períodos subsequentes, mesmo a romana, de se fixar nas zonas mais baixas, já em
pleno Vale do Sabor.
A par com elementos arquitectónicos que denotam a presença de construções do
período romano com alguma monumentalidade, sendo destes bem visíveis alguns
silhares almofadados reaproveitados nalgumas das construções modernas, bem como
fragmentos de colunas e soleiras em granito, é de salientar o achado ocasional, em
meados do século XX, de uma inscrição – Ara votiva – dedicada a Denso. A revisão
recente a esta epígrafe levou a que os mesmos investigadores a inserissem
cronologicamente no século II d.C., conotando a divindade indígena ali inscrita como
eventual protector de um aglomerado populacional (Prósper & Redentor, 264).
Do período medieval, a par com algumas cerâmicas entretanto identificadas, é de
referir a existência num documento desse período a doação, por D. Sancho I, nos

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alvores do século XIII, do Reguengo de Cilhades – as terras do Rei - aos povoadores de

Mós (Azevedo et al, 198).

Cilhades manteve-se, até aos anos de 1980, como uma zona de passagem fluvial

importante, sendo as margens deste lugar servidas por uma barca, que, como noutros

pontos importantes próximos, estes no Rio Douro, garantia o acesso de pessoas e bens

entre as duas margens do Rio Sabor. A importância deste trânsito fluvial, desde pelo

menos a Época Moderna é assinalável, observando-se este lugar destacado em

exemplares da cartografia da região dos séculos XVI/XVII, como Barca de Silhades. A

pequena embarcação só seria suplantada em 1982, pela construção, nas proximidades do

seu ponto de travessia, por um pequeno pontão.

Toda a área delimitada para registo exaustivo de Cilhades, encontrando-se nela,

também, o povoado fortificado do Castelinho, ficará, a breve trecho, completamente

submersa pela albufeira do Escalão de Montante do Aproveitamento Hidroeléctrico do

Baixo Sabor.

2. LOCALIZAÇÃO E ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO

O elemento escultório que aqui se apresenta, achado durante a abertura de um

covacho na extremidade norte do recinto fortificado do povoado Proto-histórico

conhecido por Castelinho, foi-nos dado a conhecer pelo neto do achador – Engº. Filipe

Salgado (técnico do ACE) –, a quem desde já agradecemos, encontrando-se o mesmo, à

data, na sua posse.

A estação arqueológica do Castelinho, corresponde, em termos genéricos, a um

povoado fortificado – Castro –, enquadrável, sabemo-lo hoje, na II Idade do Ferro. Faz

parte integrante do lugar de Cilhades, pertença administrativa, ainda que na margem

direita do Rio Sabor, da freguesia de Felgar, concelho de Torre de Moncorvo e distrito

de Bragança, na denominada região portuguesa de Trás-os-Montes Oriental. (C1)

As coordenadas geográficas – Datum 73 – retiradas a partir do local do achado,

ainda hoje perfeitamente visível pelos contornos da fossa de violação ali efectuada, são

as seguintes: X = 97393,50; Y = 17544350; Z = 210,80 m. O sítio em questão aparece

representado na Carta Militar de Portugal, escala 1:25 000, fl.119.

Este sítio arqueológico, ocupa, no que concerne à sua implantação topográfica, o

topo de um esporão de substrato xistoso, sobranceiro ao Rio Sabor. Destacando-se

perfeitamente da área em redor, detém um amplo domínio visual sobre um troço

significativo do mesmo e o território envolvente, embora se encontre encravado na zona

de vale. Na sua envolvência imediata, são de salientar as zonas de vertente a norte deste

sítio – relevo oriental da Serra de Bornes -, extremamente acentuadas, atingindo o topo

das mesmas valores de cota perto dos 500 m de altitude.

As vertentes sul, oeste e este deste promontório, com excepção feita ao seu lado

norte, onde ali se implanta uma pequena plataforma, são bastante acentuadas. A cota

absoluta do topo desta pequena elevação é de 212.50 m.

Em traços gerais, o vale do Sabor, embora no ponto em apreço seja ligeiramente

espraiado, é bastante encaixado, definindo, por norma, declives em V bastante

marcados. A nível geológico, nesta região de características marcadamente

mediterrânicas, são predominantes os xistos, grauvaques e quartzitos, prevalecendo os

litossolos.

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3. O SÍTIO DO CASTELINHO, ALGUNS APONTAMENTOS

A estação arqueológica do Castelinho, povoado fortificado da II Idade do Ferro,

assume particular relevância pelo dados científicos que poderá aportar, tendo em conta

o facto de serem escassas as intervenções arqueológicas levadas a cabo, de forma

efectiva e sistemática, em contextos similares da região de Trás-os-Montes. A par com

intervenções pontuais nalguns sítios que apresentam uma longa diacronia ocupacional,

tendo-se nalguns casos observado uma sequência estratigráfica que se inicia no

Calcolítico e finda no período medieval (Rodrigues & Rebanda, 55) apenas foi

intervencionado de forma sistemática no Nordeste Transmontano o Crasto de Palheiros

– Murça –, tendo-se também aqui comprovado, naquele espaço muito particular, uma

ocupação humana continuada no tempo (Sanches, 120).

Não sendo de forma alguma desconhecido, o povoado do Castelinho é desde há

muito referenciado na bibliografia arqueológica desta região (Alves, 154), tendo, mais

recentemente, sido incluso no capítulo do inventário das estações arqueológicas levada a

cabo por Sande Lemos (Lemos 364) no trabalho que este investigador realizou sobre o

povoamento romano de Trás-os-Montes oriental. O mesmo investigador, apontando-lhe

desde logo uma cronologia da Idade do Ferro, classifica-o, dentro da tipologia que

elaborou para estes povoados, como um castro de tipo D, isto é, implantados em relevos

com forma de esporão, mais ou menos pronunciada, sobranceiros a cursos de água de

certa dimensão e situados em vales ou na bordadura dos planaltos, mas sempre na

proximidade de rios ou ribeiros. (C2)

A intervenção arqueológica em área, que neste sítio se encontra em

desenvolvimento desde finais de Março de 2011, ocorre dentro das medidas de

minimização previstas para todo um conjunto de estações arqueológicas directamente

afectadas pela empreitada supramencionada – Aproveitamento Hidroeléctrica do Baixo

Sabor (Escalão de Montante).

Embora os dados até à data disponíveis sejam escassos e bastante preliminares,

dada a ínfima área do povoado entretanto escavada – 400 m2 –, encontramo-nos já em

condições de tecer algumas considerações, que, embora de carácter genérico, julgamos

pertinentes sobre o sítio arqueológico em questão. Assim, desde a primeira planta

elaborada deste local, com base no levantamento topográfico exaustivo efectuado

previamente ao início da intervenção arqueológica, que se tornou evidente estarmos

perante um povoado fortificado, de contorno ovalado, apresentando uma orientação

noroeste/sudeste, medindo cerca de 100 m de comprimento por 60 m de largura. A área

total do espaço intramuros, englobando-se aqui a parte relativa ao talude artificial

observável na extremidade sul do recinto, é de 4785 m2.

A face externa da linha de muralha, desde sempre observável nos pontos onde esta

se manteve preservada, faz parte de um dos paramentos desta construção defensiva que,

pelo que hoje sabemos, apresenta cerca de 3, 60 m de largura máxima. Trata-se de uma

estrutura possante, construída em alvenaria de pedra seca, em xisto, tendo sido elevada

através de um enchimento pétreo – por lajes de xisto - cuidado do espaço bem definido

entre os dois paramentos regulares da construção. A base desta estrutura é mais larga,

desenvolvendo-se as paredes da mesma em altura de forma reentrante.

Pelo que podemos observar, quer das estruturas visíveis, quer daquelas que

entretanto foram postas a descoberto pelos trabalhos de diagnóstico já levados a cabo

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neste local, todas as construções foram erigidas em alvenaria de pedra seca, devendo os

construtores ter-se socorrido da matéria-prima abundante no local, o xisto.

A par com o muro que circunda o povoado e lhe confere o contorno ovalado a que

já nos reportámos, fazem parte do seu sistema defensivo dois torreões. O primeiro,

notoriamente mais possante, ergue-se na extremidade norte do recinto amuralhado, na

parte mais exposta deste lugar. A segunda estrutura do género, de menores dimensões e

planta perfeitamente subcircular, não tendo esta sido observada por Sande Lemos (364),

localiza-se precisamente na extremidade oposta, no ângulo sudeste do recinto.

A localização precisa das construções referidas no parágrafo anterior não nos

parece, de forma alguma, aleatória dentro do plano arquitectónico de base deste

povoado. Parece-nos evidente que a primeira construção foi edificada com o objectivo

de proteger, de forma efectiva, e eventualmente ligado com outros dispositivos

defensivos – fosso (?), campo de pedras fincadas – a vertente norte, de mais fácil

acesso. Já o pequeno torreão, que ao contrário do primeiro exemplo aparece destacado

dos limites da cintura amuralhada, poderá, eventualmente, e em associação ao

designado talude sul, constituir uma solução defensiva associada à protecção da

possível entrada principal – porventura única – do povoado proto-histórico. Veja-se,

apenas a título de exemplo, e neste caso concreto para os tipos de entradas

documentadas em castros da Alta Estremadura o trabalho de Bonnaud (200).

Das estruturas internas do povoado, e embora tenhamos já evidências da profusão

das mesmas e da distinta tipologia que as encerra, pouco ainda se pode adiantar, tendo

por base, apenas, quer o resultado das sondagens de diagnóstico iniciais que ali se

realizaram, quer um troço de muro posto em evidência por vala de violação efectuada

na extremidade norte do povoado – onde foi achada o elemento de estatuária que aqui se

apresenta –, bem como o próprio alargamento em área efectuado em torno de algumas

sondagens de diagnóstico. Tratam-se, como seria expectável, de muros de dimensões

variáveis e tipologia distinta, construídos em pedra seca com o recurso a alvenaria de

xisto através da sobreposição regular de elementos de pequena e média dimensão,

assistindo-se, de quando em vez, à utilização pontual de escassos elementos em granito

e quartzito. Nalguns casos, parece ser notória a conjugação entre estrutura construída e

o topo do afloramento xistoso pré-existente. A regularidade e perpendicularidade dos

muros identificados, sugerem construções ortogonais, não sendo observável, dentro

destas construções – provavelmente de carácter doméstico –, qualquer evidência de

planta circular. Em associação a alguns embasamentos pétreos, é bastante provável uma

construção em altura com materiais perecíveis, havendo largas evidências da utilização

de barro de revestimento em larga escala. (C3)

Embora acreditemos que boa parte das estruturas arqueológicas se localizem no

interior do recinto amuralhado, não podemos descurar a presença de outras construções

no seu exterior. Referimo-nos, em concreto, à possibilidade, como já aqui o referimos

anteriormente, da existência de uma estrutura negativa – fosso – que, em articulação

com a muralha e torreão principal a ela adossado, permitiriam, pelo lado norte, um

acesso sobremaneira dificultado ao interior do espaço amuralhado. Apenas com o

alargamento da área escavada, e mesmo com a conclusão de parte do sector que se

encontra, nesta fase, a ser intervencionado, se poderão aportar novos resultados sobre

esta estrutura em concreto.

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Do que preservado ficou das restantes construções postas a descoberto pela nossa

intervenção, é de referir ainda um conjunto bastante interessante de pequenos muros em

xisto que, desenvolvendo-se em paralelo e com espaçamentos regulares entre si, se

localizam a oeste do sector escavado.

As construções a que nos referimos, embora muito destruídas, devido à escassa

potência estratigráfica existente naquele local, parecem, numa primeira análise, e tendo

em conta as características técnicas e arquitectónicas da construção, corresponder a uma

zona de armazenagem, provavelmente relacionada com celeiros (horrea). (C4)

Como seria expectável, o volume maior de material arqueológico compulsado

pela intervenção que temos vindo a desenvolver no sítio do Castelinho, corresponde a

material cerâmico. Dentro deste conjunto, composto essencialmente por inúmeros

fragmentos de vasos de média e grande dimensão, provavelmente relacionados com

vasos de armazenagem que apresentam perfil em S, colos curtos e bordos esvasados,

denotando as partes melhor preservadas peças com bojos globulares e ovóides,

sobressai a ocorrência de elementos decorados, em muito menor número.

O conjunto de fragmentos cerâmicos recolhidos, coevos da ocupação sidérica

deste lugar, denota, por ora, pouca expressividade ao nível da sua variedade formal. Se a

decoração é praticamente omissa do conjunto de materiais a que nos referimos, embora

esteja pontualmente representada por motivos geométricos incisos, parece existir, por

outro lado, uma clara diferenciação ao nível do tratamento da superfície das peças. Se é

nalguns casos notória a rugosidade em fragmentos de pastas micáceas mal depuradas,

com muitos e.n.p, verificamos, por outro lado, também a presença de superfícies bem

alisadas, ou até mesmo polidas.

Do acervo de materiais líticos, a par com um ou outro eventual polidor, foi

exumado um pequeno percutor, todos em quartzito. Deste conjunto, é também de

salientar a ocorrência de elementos de mós manuárias, sejam elas rotativas ou de

vaivém. Curiosamente, ou não, dada a proximidade com estações pré-históricas de onde

resultaram o achado de inúmeros elementos do género, foi recolhido um machado de

pedra polida inteiro e um fragmento de outro.

Dentro ainda dos materiais arqueológicos exumados, o grupo de objectos

metálicos assume especial relevância, quer pela particularidade de algumas peças, como

pela possibilidade de alguns destes elementos poderem constituir uma fonte de datação

importante, ainda que sempre relativa.

A par com três fíbulas anulares hispânicas, em ómega (em Bronze), há, sem

dúvida alguma a relevar o achado de alguns objectos em ferro que poderão,

eventualmente, conotar-se com peças de armamento. Um desses elementos parece-nos,

ainda que com algumas reservas, a extremidade distal de uma ponta de lança.

Por último, e ainda dentro dos objectos metálicos com maior relevância, cabe-nos

destacar uma moeda, provavelmente do século II a.C., cunhada em Castulo (norte da

Andaluzia), tendo representado no anverso uma cabeça humana de perfil, ao que parece

com diadema, e no reverso uma esfinge alada.

4. A CABEÇA HUMANA DO CASTELINHO

Esculpida a partir de um bloco de granito de grão fino e cor cinzenta, a

denominada cabeça do Castelinho é um elemento extremamente realista, apresentando a

tosca escultura todas as características fisionómicas principais de um rosto humano. Na

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ausência desta peça de uma tridimensionalidade declarada, ao contrário do que acontece

com outros exemplares de cabeças por nós aqui apresentados, faz-nos pensar na

possibilidade de estarmos efectivamente mais na presença de um rosto do que

propriamente de uma cabeça humana.

Embora apresente algumas ligeiras mutilações, ganhas concerteza com o passar do

tempo – ele próprio um grande escultor –, encontra-se muito bem preservada. Apresenta

uma altura máxima de 0, 18 m, por 0, 103 m de largura e 0, 089 m espessura máxima. A

escultura apresenta secções tendencialmente subrectangulares, quer no seu eixo

longitudinal quer no transversal.

Em traços gerais, a face desta cabeça assume uma configuração ovalada,

tendencialmente periforme (invertida), assinalável pelo recorte perfeito do queixo na

sua base. Mostra nitidamente a representação do osso frontal – com correspondência à

testa do rosto humano –, encontrando-se, por outro lado, ausente qualquer evidência de

cabelo nesta figura. Imediatamente abaixo da testa é perfeitamente visível a arcada

orbitária, sem que se evidencie também qualquer indício da existência efectiva de

sobrancelhas desenhadas sobre a mesma. Imediatamente abaixo da linha definida pelas

arcadas orbitárias, tornam-se bastante evidentes os olhos, rebaixados a martelo e

escopro em relação à testa e maçãs do rosto, apresentando os mesmos contornos

tendencialmente circulares. A representação da pirâmide nasal e das correspondentes

fossas nasais na sua extremidade é, também ela, extremamente realista. Ainda na face,

as maçãs do rosto desta figura encontram-se bem vincadas por dois sulcos oblíquos

impostos sobre ambos os lados do nariz, ganhando ainda notoriedade pelo ligeiro relevo

que apresentam na superfície esculpida da peça. A boca, pouco realista, é marcada por

outro sulco profundo, também ele oblíquo, sobre o lado esquerdo da face. A parte

inferior desta face é marcada por um queixo muito bem definido.

Sobre cada um dos lados do bloco esculpido sobressaem duas orelhas, simétricas,

conseguidas através do rebaixamento do bloco de granito em ambos os lados da face

desta representação humana. De contornos tendencialmente ovalados e dispostas

visivelmente de forma oblíqua em relação ao eixo maior da peça, são perfeitamente

evidentes em cada uma delas a representação do respectivo canal auditivo, pormenor

este conseguido por intermédio de uma pequena covinha de configuração circular

colocada sensivelmente a meio do corpo oval da orelha.

A extremidade distal desta peça corresponde ao pescoço, elemento de união da

cabeça com o tronco, neste caso completamente ausente. A parte posterior desta

escultura é completamente plana, aparentemente cortada por forma a ficar, assim

julgamos, adossada a uma superfície rasa. Nesta parte lisa da peça é evidente uma

pequena perfuração, não necessariamente contemporânea da data de fabrico da cabeça.

5. ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO, HISTÓRICO E CULTURAL

A cabeça antropomorfa do Castelinho não constitui em absoluto um unicum no

marco da plástica antiga recuperada no Noroeste da Península Ibérica. Trata-se de mais

um exemplo das denominadas cabeças castrejas, que têm vindo a aparecer nesta região.

Em território português, conhecem-se diversas manifestações correspondentes a

cabeças antropomorfas feitas em granito, entre as que poderíamos citar mais de uma

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dezena com uma eventual antiguidade bimilenar: Castro de Monte Mozinho (Penafiel),

Castro do Monte de Nossa Senhora dos Anúncios (Alfândega da Fé), Castro de Santa

Iria (Guimarães – Póvoa de Lanhoso), Castro do Vieito (Viana do Castelo), Citânia de

Roriz (Barcelos), Citânia de Sanfins (Paços de Ferreira), Chaves, Guarda, Três Minas

(Vila Pouca de Aguiar), Vale da Ribeira (Celorico da Beira) e Vale de Figueira

(Tabuaço). À partida, poder-se-ia dizer que em todos os distritos do norte do país,

excepto no de Aveiro, têm sido descobertas cabeças antropomorfas em granito. Porém,

convém fazer uma triagem mais apurada, que nos permita identificar quais são as

manifestações plásticas deste género que apareceram indubitavelmente no interior de

povoados fortificados em altura.

Não conhecemos o lugar exacto de proveniência original dos exemplares de

Chaves, Guarda, Celorico da Beira e Tabuaço. Vejamos isto caso a caso. A cabeça

antropomorfa de Chaves, embora publicada por J. R. dos Santos Júnior em 1978 como

cabeça-troféu, chegou a ser posteriormente considerada como um possível elemento da

plástica românica (Calo, 238). A da Guarda foi dada a conhecer em 1958 como cabeça

de guerreiro lusitano por Adriano Vasco Rodrigues, mas em datas recentes Jorge de

Alarcão reavaliou o seu contexto e significado. Da de Vale da Ribeira (Celorico da

Beira), apenas podemos afirmar que só conhecemos um trabalho académico inédito

(Marques) e uma breve referência textual e fotográfica da mesma (Vilaça, 24-25),

aguardando-se a sua pronta publicação com todas as informações relativas ao contexto

de recuperação da mesma. Finalmente, a cabeça antropomorfa de Vale de Figueira

(Tabuaço) apareceu reaproveitada num muro divisório de prédios rurais (Perpétuo et al.

281), aparentemente longe de qualquer povoado fortificado.

Por outro lado, da cabeça antropomorfa de Três Minas (Vila Pouca de Aguiar)

conhecemos o seu contexto arqueológico de proveniência, pois foi encontrada numa das

mais importantes explorações auríferas romanas. Assim, quase a metade das cabeças

antropomorfas em granito que inicialmente citámos, carece, a priori de qualquer ligação

física ou contextual directa com os povoados da denominada Cultura Castreja.

Após esta primeira e necessária triagem, ainda temos seis cabeças antropomorfas

no norte do território português que estão claramente inseridas no ambiente próprio dos

castros e citânias do Noroeste, às que cumpre acrescentar a do Castelinho: Monte

Mozinho, Monte de Nossa Senhora dos Anúncios, Santa Iria, Roriz, Sanfins e Vieito.

A cabeça antropomorfa do castro de Monte Mozinho (Penafiel) apareceu durante

as escavações arqueológicas realizadas em 1997, mas, infelizmente, “por mor da pouca

potencia do lugar onde estaba, non se pode atribuir estratigráficamente a ningún nível

(Calo, 347). Porém, na área da descoberta constatou-se arqueologicamente a existência

de “un primeiro nível de época augústea com casas redondas, seguido doutro Flávio

com habitacións cadradas” (Calo, 347). Está exposta no novo Museu Municipal de

Penafiel.

A cabeça antropomorfa do Castro do Monte de Nossa Senhora dos Anúncios

(Alfândega da Fé) foi descoberta neste povoado de maneira fortuita durante os lavores

de acondicionamento da terra para a plantação de um amendoal, tendo sido considerada

como “decepada a uma estátua de guerreiro lusitano” (Santos Júnior C 348). Apresenta

notáveis paralelos com a cabeça recuperada no Castro de Rubiás (Bande, Ourense), por

mor da existência nas duas de uma moldura perimetral no pescoço, interpretada em

ambos os casos como sendo a representação de um torques.

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A cabeça antropomorfa do Castro de Santa Iria (Guimarães – Póvoa de Lanhoso)

foi encontrada por acaso neste povoado em 1876 e posteriormente oferecida a Martins

Sarmento, passando a integrar o espólio do conhecido museu arqueológico

vimaranense, onde actualmente se expõe.

A cabeça antropomorfa da Citânia de Roriz (Barcelos) foi recuperada no interior

deste povoado por um particular, concretamente num local situado “entre a primeira e a

segunda muralla” (Calo, 400).

A cabeça antropomorfa da Citânia de Sanfins (Paços de Ferreira), considerada

pela maior parte dos investigadores como sendo um fragmento de uma estátua de

guerreiro galaico-lusitano, apareceu durante a campanha de escavações desenvolvida

neste oppidum em 1962. Apresenta a particularidade de ser a única cabeça com capacete

das aqui referidas. Está exposta no Museu Arqueológico da Citânia de Sanfins.

A cabeça antropomorfa do Castro do Vieito (Viana do Castelo) apareceu no

decurso das escavações arqueológicas de emergência realizadas neste povoado

fortificado durante a década passada. Do estudo pormenorizado do espólio e da

estratigrafia, concluiu-se que o castro do Vieito teria sido intensamente ocupado entre

os finais do século I a.n.e. e os meados do século I d.n.e., isto é durante a fase inicial do

processo de romanização do Noroeste (Silva, 158).

As cabeças antropomorfas, as estátuas de guerreiros galaico-lusitanos e diversos

elementos de carácter arquitectónico proliferam nos momentos finais da Proto-história

do Noroeste Peninsular como manifestações de uma plástica que os investigadores têm

designado de castreja e que conta com uma ampla bibliografia.

Provavelmente Trás-os-Montes jogou durante a proto-história um papel de

transição, confluência e troca de elementos, experiências e conhecimentos entre as

culturas autóctones do Atlântico e da Meseta. Porém, consideramos que a região

transmontana tem sido injustamente esquecida, quando, no caso específico das cabeças

antropomorfas, a sua representatividade está completamente atestada, acrescentando-se

o facto de ser esta zona a que tem proporcionado um maior número de berrões ou

representações zoomorfas em pedra, de todo o Noroeste.

Com a conquista romana deste território, as diferenças originárias dos povos que

as habitavam seriam esbatidas progressivamente no marco geral da administração

imperial, criando-se um novo ambiente de carácter provincial, periférico, liminar e

secundário relativamente aos ditames culturais emanados da centralidade latina.

6. CONCLUSÕES

Actualmente, conhecem-se no território português um número mínimo de sete

cabeças antropomorfas em granito, tendo sido todas elas descobertas no interior de

povoados fortificados em altura: Castelinho, Monte Mozinho, Monte de Nossa Senhora

dos Anúncios, Roriz, Santa Iria, Sanfins e Vieito.

Em todos estes sítios arqueológicos, excepto no Castelinho, existem evidências

materiais datáveis dos inícios da época romana, isto é, do Alto Império (finais s. I a.n.e.

– s. III d.n.e.). Porém, o tipo de habitat e a povoação residente indicam claramente uma

tradição local originada nos finais da Idade do Bronze. No debate sobre a cronologia da

plástica castreja desenvolvido ao longo dos últimos cem anos, tem-se defendido uma

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adscrição cronológica e cultural exclusivamente autóctone e pré-romana, apontando-se

também uma outra explicação como produção artística meramente provincial, derivada

da assimilação das populações locais pelo Império Romano. Em datas recentes, alguns

autores (p. ex. Carballo, Schattner) têm proposto uma via intermédia, em que as

manifestações plásticas em pedra da zona galaico-lusitana poderiam ter tido uma origem

local pré-romana que posteriormente seria desenvolvida já sob a dominação imperial.

Sem pretendermos em absoluto fechar este debate, achamos que o novo elemento

que agora apresentamos pode contribuir para enriquecer os termos da discussão. A

cabeça antropomorfa em granito aparecida no Castelinho foi recuperada no interior de

um povoado fortificado em altura actualmente em processo de escavação extensiva. Até

à data, todas as evidências arqueológicas identificadas sugerem uma clara adscrição

cronológica e cultural sidérica para este sítio. Não se constata nele a existência de

nenhum nível de ocupação de época romana e todas as ergologias apontam claramente

para os momentos finais da Segunda Idade do Ferro. A presença romana em Cilhades

parece circunscrever-se a uma zona topograficamente deprimida e aberta, onde foi

identificada uma ara votiva, consagrada à divindade indígena local “Denso” (Prósper e

Redentor).

A região transmontana constitui um território em que, a par de um habitat protohistórico

claramente dominado pela tipologia correspondente aos povoados fortificados

em altura ou castros (Lemos), as manifestações da plástica sidérica em pedra

alcançaram um grande desenvolvimento, com numerosos exemplares entre os que

destacam sobremaneira os conhecidos berrões. Estes foram magnificamente estudados,

entre outros, por J. R. dos Santos Júnior. É neste ambiente arqueológico que julgamos

poder inserir as cabeças antropomorfas em pedra recuperadas no Castelinho e no Monte

de Nossa Senhora dos Anúncios, esta última com presença evidente de um torques ao

pescoço, constituindo assim uma ligação inegável com a Cultura Castreja do Noroeste.

Em definitivo: enquanto não for concluída a escavação arqueológica extensiva do

sítio do Castelinho e se realizem as correspondentes datações radiométricas dos seus

níveis de ocupação, podemos afirmar à vista dos dados actualmente disponíveis, que

este povoado fortificado em altura e a cabeça antropomorfa em granito dali proveniente

corresponderiam, em princípio, a uma tradição proto-histórica local datável dos séculos

finais da Segunda Idade do Ferro.

Póvoa, Torre de Moncorvo, Junho 2011

AGRADECIMENTOS:

Os autores desejam expressar o seu agradecimento público às seguintes pessoas e

entidades. Ao ACE, Baixo Sabor, consórcio responsável pela empreitada e à EDP,

Energias de Portugal, por terem autorizado a publicação deste texto. Ao Fernando Vaz,

pelo desenho dos materiais arqueológicos. À Ana Rita Ferreira pelo apoio na elaboração

de parte da cartografia que se apresenta. Ao Marcos Martinón-Torres pela revisão do

resumo para língua Inglesa.

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O editor do blogue agradece aos autores a autorização para divulgar este trabalho.Ansiosos, aguardamos por novas "descobertas"e novos textos.

Reedição de posts desde o início do blogue.

2 comentários:

  1. Portugal Romano disse:
    Apresenta-se uma cabeça antropomorfa em granito, inédita, aparecida há várias décadas no sítio proto-histórico do Castelinho (Felgar, Torre de Moncorvo,
    Bragança, Portugal). O Castelinho encontra-se actualmente em processo de escavação arqueológica in extenso, constatando-se, por enquanto, a existência de um único nível de ocupação, correspondente à Segunda Idade do Ferro, sem presença alguma de ergologias romanas estratigraficamente contextualizadas.

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  2. Será o Deus Denso ?

    ou temos aqui a 1ª peça para o neófito Museu na antiga escola primária do Felgar ?


    Zambulhal.

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