quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

SUSANNE CHANTAL - ERVAMOIRA

Este é um livro para cuja leitura parti sem grandes expectativas e que me surpreendeu imenso, deixando-me totalmente rendida ao seu encanto. Conta a história da família Castro Avilez, de geração em geração, desde o início do século XIX até à década de 60 do século XX. A par das conquistas, amores e tristezas desta família, narra diversas realidades da História de Portugal, nomeadamente da cidade d...o Porto e do Vale do Douro, como as invasões napoleónicas, a tragédia da ponte das barcas e o clima de guerra civil entre liberais e miguelistas. As partes de contextualização histórica e social estão muito interessantes, sobretudo aquelas em que se fala das vindimas e de toda a mecânica inerente à produção do Vinho do Porto. O fascínio com que a autora fala acerca da região do Vale do Douro, das vindimas e deste vinho é deveras contagiante. De tal modo, que foi impossível não os considerar um assunto maravilhoso, tal a paixão por eles que a autora consegue transmitir.O romance em si também é muito bonito, recheado de personagens inesquecíveis. Em muitos romances existe uma ou outra personagem marcante, que fica mais tempo na nossa memória, mas neste livro são várias as personagens com essas características. Enfim, adorei e recomendo absolutamente.
[in blogue “Viver a leitura” de branca de neve]

Reedição de posts desde o início do blogue 

13 comentários:

  1. A apaixonante história dos Castro Avilez entrelaça-se com a história do Vinho do Porto e de Portugal. Durante um século e meio (de 1809 a 1967), a saga da família atravessa as trágicas invasões napoleónicas e o desastre da Ponte das Barcas, passando pelo faustoso ambiente da corte francesa e por um baile real no Palácio da Bolsa, no Porto. Editado pela primeira vez em Portugal, Ervamoira foi escrito por Suzanne Chantal, jornalista e romancista três vezes galardoada pela Academia Francesa.

    Suzanne Chantal viveu em Portugal onde trabalhou como correspondente e escreveu vários livros sobre o país, de romances e estudos de história a guias e livros de viagem. Em França, foi jornalista, crítica de cinema e trabalhou num semanário de referência na época para Gaston Gallimard, fundador das Éditions Gallimard.


    Título: Ervamoira
    Autor: Suzanne Chantal
    Páginas: 640
    Sinopse:
    "A apaixonante história dos Castro Avilez entrelaça-se com a história do Vinho do Porto e de Portugal. Durante um século e meio (de 1809 a 1967), a saga da família atravessa as trágicas invasões napoleónicas e o desastre da Ponte das Barcas, passando pelo faustoso ambiente da corte francesa e por um baile real no Palácio da Bolsa, no Porto. No coração do Douro, entre os áridos socalcos e os rabelos pesados de vinho, Leonardo de Castro, o patriarca da família, um humilde secretário de um negociante de vinhos, transforma-se num empresário da indústria vinhateira, travando conhecimento com o influente Barão de Forrester. De Leonardo de Castro a Nathalie, que vem conhecer o Porto em 1966, seguimos, de geração em geração, a vida e o desenvolvimento da família com os seus sucessos, dramas, alegrias, celebrações e destinos.
    Suzanne Chantal sabe cativar-nos com os seus heróis, fazendo-nos penetrar no ambiente e no cenário onde eles vivem, em particular em Ervamoira, uma propriedade no Alto Douro, região consagrada à cultura da vinha. A autora tece a ficção e a realidade para construir um romance e uma família que sentimos como nossos até à última linha, até à última palavra..."

    ResponderEliminar
  2. Museu de Ervamoira
    A Quinta de Ervamoira, propriedade da Casa Ramos Pinto, fica em pleno Parque Arqueológico do Vale do Côa, na margem esquerda do rio, num território classificado como Património da Humanidade pela UNESCO.

    Para além dos seus extensos vinhedos, que se distribuem por terrenos das freguesias de Chãs e Muxagata e ocupam a plataforma mais plana da região, a quinta possui instalações integradas na paisagem e uma antiga casa de xisto, emoldurada a granito, no mais tradicional estilo da região, que foi recuperada e adaptada a museu do sítio e inaugurada em 1 de Novembro de 1977.

    A área museológica ocupa o piso térreo, estando o andar superior reservado para recepções, provas de vinhos e outras iniciativas.

    A entrada no Museu faz-se pela fachada sul, junto do qual foi reerguido, em memória de José Ramos Pinto Rosas, fundador da Quinta de Ervamoira, o sólido pilar de granito que suportava a trave-mestra da casa antes das obras de restauro e adaptação.

    No interior, os visitantes podem ver salas dedicadas ao património natural do Douro, aos vestígios romanos, visigóticos e medievais encontrados no local, à história da Casa Ramos Pinto e à evolução das garrafas do vinho do Porto.

    A visita termina, como é habitual nestes casos, com uma prova de vinhos, no bar-esplanada onde também se pode tomar uma refeição enquanto se aprecia o panorama dos terraços plantados do Côa.

    ResponderEliminar
  3. Ainda há relativamente pouco tempo comentava em conversa com uns amigos que tinha imensa pena de não termos obras como as de Colleen McCullough, que contassem a saga de uma família portuguesa de uma forma apaixonante, mas que ao mesmo tempo aprofundassem a história do nosso próprio país. É claro que já se encontram alguns exemplares do género, mas geralmente ou abordam uma história mais recente (desde a nova república até aos dias de hoje) ou então são absolutamente maçudos, perdendo-se a magia do romance na História em si.
    Fiquei portanto curiosíssima quando percebi que este livro, Ervamoira, nos contava a história de uma família do Douro durante século e meio, desde 1809 a 1967, ao mesmo tempo que a integrava na História de Portugal, começando exactamente com as invasões napoleónicas e o desastre da Ponte das Barcas.
    É sem dúvida um livro extraordinário, muitíssimo bem escrito, que nos envolve na vida daquela família de uma forma fantástica. Damos por nós a apaixonarmo-nos pelo Douro, pela cultura do Vinho do Porto, pela festa das vindimas, pela luta contra a modernização da produção, e a indagarmo-nos sobre o controlo inglês.
    Fiquei foi deveras admirada quando percebi que a autora era francesa! Mas a explicação rapidamente surgiu: Suzanne Chantal não só foi correspondente em Portugal nos anos 40, como é casada com um jornalista português, José Augusto dos Santos.
    “Ervamoira” é um livro admirável, riquíssimo no seu rol de personagens e de acontecimentos, que me proporcionou um prazer inesquecível e com o qual aprendi imenso.
    A Quinta da Ervamoira ainda hoje subsiste no Douro, pertença da família Ramos Pinto desde 1974 e passível de ser visitada. Uma óptima sugestão para uma escapadinha de fim-de-semana. ;)
    http://as-leituras-da-fernanda.blogspot.com/2011/05/ervamoira-de-suzanne-chantal.html

    ResponderEliminar
  4. Teresa Malburet escreveu: "Li este livro hà anos e adorei!!!"

    ResponderEliminar
  5. Eu também o li há meses e concordo com tudo o que se escreceu sobre ele nos comentários anteriores.Tem muitas páginas,mas "devora-se" rapidamente,de tal maneira nos "prende".Aconselho vivamente a sua leitura.

    Uma moncorvense

    ResponderEliminar
  6. Também conheço e gostei.Agora , o que se segue?tura.

    Acho muito interessante esta orientação de lei
    A.A.

    ResponderEliminar
  7. Teresa Malburet escreveu: "Não sei qual o pais onde mora, mas eu li-o em francês, e por acaso emprestei-o mas jà não sei a quem , e gostaria de o poder obter de novo pois gostei muito da historia e das paisagens descritas pela autora que correspomdem admiravelmente à realidade."

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. cara Teresa Malburet. o livro encontrar-se disponível na Traga-Mundos - livros e vinhos, coisas e loisas do Douro, em Vila Real. também poderemos enviar pelo correio. contacte-nos: traga.mundos1@gmail.com obrigado

      Eliminar
  8. Aturacho muito interessante esta orientação de lei. Também conheço e gostei.Agora qual é o que se segue?
    A.A.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Caros leitores,

      Por acaso estava a "navegar" pela internet, tentando perceber se havia alguma novidade sobre o romance "Ervamoira", quando me deparei com os vossos comentários neste blog.


      Fiquei radiante ao perceber o entusiasmo que o romance de Suzanne Chantal suscitou em todos os que o leram.

      Chamo-me Paulo Godinho Ferreira e fui o tradutor deste belíssimo romance.


      De facto, desde que li o livro quando foi editado em França, que desejava que os portugueses pudessem lê-lo.


      Durante anos fiz várias propostas a editores portugueses que declinavam sempre a minha proposta.


      Finalmente, em 2010, a Civilização editora aceitou a minha proposta e cá está o belo romance "Ervamoira".


      Só tenho pena que a mesma editora que aceitou o meu desafio para o traduzir não se tenha empenhado na sua divulgação, como o livro muito merecia! Ainda tentei contactar com a Ramos Pinto para se fazer um lançamento do livro no Porto e no Douro, mas a minha proposta não encontrou o eco que desejava.


      Penso que se perdeu uma oportunidade que eu gostaria de ter visto realizar-se. Outros terão beneficiado!


      A única divulgação pública que o livro teve, foi no programa da TVI "Livraria Ideal" do João Paulo Sacadura porque lhe pedi pessoalmente para o anunciar, apesar de não ganhar nada com isso uma vez que não recebo quaisquer direitos de tradução!


      No entanto, penso que a qualidade do romance falará por si com o decorrer do tempo, ainda que actualmente o mercado dos livros seja tão efémero como qualquer outro objecto de consumo!


      Acho que a maioria dos portugueses iria gostar bastante de o ler e aprenderia bastante sobre Portugal, o Douro e o vinho do Porto, bem como os hábitos das diferentes classes sociais portuguesas, nas diferentes épocas, e que a autora tão bem conhece e descreve.


      Pela minha parte, agora que o livro está traduzido, ofereço-o sempre de presente.


      Por isso, como devem calcular, fiquei muito contente quando li os vossos comentários.


      Muito obrigado.



      Os melhores cumprimentos,

      Paulo Godinho Ferreira.

      Eliminar
  9. Por acaso, herdei este livro em francês de um grande amigo meu, Ruy Bacelar que ja se foi !!!!!!Foi a mae dele, Elisa Amado Bacelar que mo fez conhecer!! Ela era também tradutora e uma grande senhora; também ja partiu ! é um romance extraordinario, que devia ser lido pelos portugueses que se orgulham de o ser !!!Sou apaixonada pelo Douro, convivi com as familias do vinho do porto, Calém, Ramos Pinto, Ferreirinha, Burmester, Olazabal, eram meus vizinhos na Praia da Granja, a pérola das praias do Norte, terra onde Eça conheceu sua mulher, etc, etc,de quem sou amiga e mantenho laços de amiade até hoje, embora tenha saido de Portugal ja em 1969, para estudar na Suiça, Londres e agora Paris!!! Vou muito a Portugal e adoro o Norte! Meu sobrinho, Nuno Ricou Salgado organiza, em colaboraçao com a fundaçao do Museu do Douro, o festival "Entre-Margens", que ja dura ha dois anos; este é o 3° ano e a inauguraçao é no dia 10 de maio em Vila-Real !!!! La estarei, se Deus quizer!!!!!estou excitadissima com a ideia de la ir !!!!!!!

    ResponderEliminar
  10. Eu adquiri-o por acaso num hipermercado de Braga, e comecei a ler o livro com alguma desconfiança pelo nº de páginas. Mas valeu a pena. Já li muitos livros e este é um livro magnífico. Parabéns a quem se interessou por dar-no-lo a conhecer.

    ResponderEliminar
  11. Peguei neste livro com desconfiança - o título e a capa não me diziam nada e já me tinha esquecido do resumo, que li quando mo ofereceram, há cerca de um ano atrás.
    Prendeu-me às primeiras páginas e não mais o consegui largar até à última! Os factos históricos pareceram-me minimamente respeitados, tem personagens fascinantes - Leonardo, Henrique, Lydia, Nathalie, Steve, Rubi, Isabel... - mesmo que "efémeros" - Maréchal, o barão de Forrester, o Dr. Costa, Loute... - e desperta-nos uma curiosidade que temos de ver saciada, mesmo nos momentos em que adivinhamos/pressentimos o que se vai passar. É uma viagem fantástica no tempo e a lugares que me dizem muito - Porto e Douro. O único "senão" mesmo são alguns erros/gralhas de edição, tradução ou revisão...
    Completamente rendida!

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.