segunda-feira, 4 de junho de 2012

Miguel Torga e os indignados

Miguel Torga faleceu em 1995!?

5 comentários:

  1. Biografia

    Oriundo de uma família humilde de Sabrosa, era filho de Francisco Correia Rocha e Maria da Conceição Barros. Em 1917, aos dez anos, foi para uma casa apalaçada do Porto, habitada por parentes. Fardado de branco, servia de porteiro, moço de recados, regava o jardim, limpava o pó, polia os metais da escadaria nobre e atendia campainhas. Foi despedido um ano depois, devido à constante insubmissão. Em 1918, foi mandado para o seminário de Lamego, onde viveu um dos anos cruciais da sua vida. Estudou Português, Geografia e História, aprendeu latim e ganhou familiaridade com os textos sagrados. Pouco depois comunicou ao pai que não seria padre.

    Emigrou para o Brasil em 1920, ainda com doze anos, para trabalhar na fazenda do tio, proprietário de uma fazenda de café. Ao fim de quatro anos, o tio apercebe-se da sua inteligência e patrocina-lhe os estudos liceais, em Leopoldina. Distingue-se como um aluno dotado. Em 1925, convicto de que ele viria a ser doutor em Coimbra, o tio propôs-se pagar-lhe os estudos como recompensa dos cinco anos de serviço, o que o levou a regressar a Portugal e concluir os estudos liceais.[1]

    Em 1928, entra para a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e publica o seu primeiro livro de poemas, Ansiedade. Em 1929, com vinte e dois anos, deu início à colaboração na revista Presença, folha de arte e crítica, com o poema Altitudes. A revista, fundada em 1927 pelo grupo literário avançado de José Régio, Gaspar Simões e Branquinho da Fonseca era bandeira literária do grupo modernista e bandeira libertária da revolução modernista. Em 1930, rompe definitivamente com a revista Presença, por «razões de discordância estética e razões de liberdade humana», assumindo uma posição independente.[1]

    A obra de Torga traduz sua rebeldia contra as injustiças e seu inconformismo diante dos abusos de poder. Reflete sua origem aldeã, a experiência médica em contato com a gente pobre e ainda os cinco anos que passou no Brasil (dos 13 aos 18 anos de idade), período que deixou impresso em Traço de União (impressões de viagem, 1955) e em um personagem que lhe servia de alter-ego em A criação do mundo, obra de ficção em vários volumes, publicada entre 1937 e 1939. As críticas que fez aí ao franquismo resultaram em sua prisão (1940).[1]

    Casou-se com Andrée Crabbé em 1940, uma estudante belga que, enquanto aluna de Estudos Portugueses, com Vitorino Nemésio em Bruxelas, viera a Portugal fazer um curso de verão na Universidade de Coimbra. O casal teve uma filha, Clara Rocha, nascida a 3 de Outubro de 1955, e divorciada de Vasco Graça Moura.

    Crítico da praxe e das restantes tradições académicas, chama depreciativamente «farda» à capa e batina. Ama a cidade de Coimbra, onde exerce a sua profissão de médico a partir de 1939 e onde escreve a maioria dos seus livros. Em 1933 concluiu a licenciatura em Medicina pela Universidade de Coimbra. Começou a exercer a profissão nas terras agrestes transmontanas, pano de fundo de grande parte da sua obra. Dividiu seu tempo entre a clínica de otorrinolaringologia e a literatura. Após a Revolução dos Cravos que derrubou o regime fascista em 1974, Torga surge na política para apoiar a candidatura de Ramalho Eanes à presidência da República (1979). Era, porém, avesso à agitação e à publicidade e manteve-se distante de movimentos políticos e literários.

    Autor prolífico, publicou mais de cinquenta livros ao longo de seis décadas e foi várias vezes indicado para o Prêmio Nobel da Literatura.[1]

    Torga, sofrendo de cancro, publicou o seu último trabalho em 1993, vindo a falecer em Janeiro de 1995.[1] A sua campa rasa em São Martinho de Anta tem uma torga plantada a seu lado, em honra ao poeta.
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Torga

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  2. Jose Monteiro escreveu:
    Pelo andar da carruagem mais dia menos dia não somos mais que marionetas que meia dúzia de fedelhos mal formados e sem vergonha nos maneja em função do seu desejo! Tal como escreveu Miguel Torga, somos uma colectividade pacifica de revoltados; ou doutro modo e desculpem o jargão, somos como rafeiros que ladram muito e fogem assim que o dono levanta a voz!

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  3. Gomes Noelia escreveu:um belo exemplo para todo aquele que se considera um verdadeiro Português!!!

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  4. Torga é um dos grandes escritores portugueses. Muitos outros nomes e muitas outras obras passarão. Torga e a sua obra vão permanecer.
    Como cidadão : um modelo.

    Júlia Ribeiro

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  5. Transmontano Inquieto7 de junho de 2012 às 16:21

    Realidade incontestável que Torga verte para o papel de forma genial. Como sempre.
    A Torga não faltou o Nobel. Faltou uma Pilar.
    Mas, como diz JB, a obra vai permanecer.

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