quarta-feira, 20 de novembro de 2013

MONCORVO - DA TRADIÇÃO À MODERNIDADE

                                  Prefácio

Da Tradição à Modernidade. Num título todo o desafio que se coloca à gestão autárquica. De Torre de Moncorvo como da generalidade dos municípios portugueses do interior.
Como conjugar o património edificado, mais-valia turística que nos distingue dos novos centros urbanos do litoral, com a qualidade de vida a que os cidadãos aspiram? Como fazer da tradição uma vantagem competitiva em lugar duma limitação paralisante?
Nesta matéria os extremos são demasiados fáceis e populistas, cada um de sua forma.
De um lado aqueles para quem a preservação integral do passado é um dogma, aqueles para quem tudo o que é passado é bom sem distinguir o que é digno de nota daquilo que meramente cheira a ranço. Aceitando acriticamente mesmo tradições que claramente ofendem a dignidade humana.
Doutro lado aqueles para quem o paradigma do desenvolvimento é o centro comercial, é tudo o que é novo fazendo tábua rasa dum legado histórico rico e que nos distingue.
Na simbiose tradição/modernidade há que encontrar a linha de rumo que não se refugie no CAPA (Cultura, Ambiente, Património, Artesanato), panaceia única a que se recorre na falta de visão do futuro. Se o etc. é o descanso do sábio e o refúgio do ignorante, o CAPA é meramente o chavão do incapaz ou daquele que desistiu.
Não resisto a lembrar uma evolução de sucesso que exemplifica a transformação da tradição numa vantagem competitiva. A amêndoa coberta, característica de Torre de Moncorvo, quase desaparecida há 25 anos atrás, abandonou a forma mais tradicional com elevado grau de açúcar envolvente e passou a privilegiar a chamada "peladinha", não só se adaptando a tempos menos condescendentes com o consumo de açúcar, como comercializando um produto de uso mais flexível.
A necessária adaptação aos tempos modernos é imprescindível, porque muitas vezes o preservar integral significa matar o que se pretendia salvaguardar.
Definir linhas de rumo que nos liguem do passado ao futuro, no âmbito dum debate franco, aberto e se possível aceso de ideias, consubstancia o propósito deste Seminário e doutras iniciativas vindouras.
Agradeço a colaboração de todos os que o tornaram um sucesso e nomeadamente ao Dr. Fernando de Sousa, seu coordenador.
Aires Ferreira
Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo
Edição: Afrontamento.Ano:2009
Versão total em PDF:http://www.cepese.pt/portal/investigacao/moncorvo.-da-tradicao-a-modernidade

5 comentários:

  1. Introdução

    Seminário
    Moncorvo. Da tradição à modernidade
    (16-17 de Fevereiro de 2007)

    Este Seminário, subordinado ao título Moncorvo. Da Tradição à Modernidade, surgiu das preocupações expressas pelo senhor presidente do Município de Moncorvo, engenheiro Aires Ferreira, em várias reuniões que teve com o presidente do Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade - CEPESE, professor Fernando de Sousa, e o presidente da Sociedade Gestora de Participações Sociais do Instituto Superior de Línguas e Administração - UNISLA, doutor António Martins, quanto à necessidade de se proceder a uma reflexão sobre o papel cultural que este multissecular concelho desempenhou no passado e deve desempenhar no futuro, enquanto herdeiro de uma história prestigiada e centro urbano mais importante do Alto Douro Superior.
    Com este Seminário, cuja realização foi da responsabilidade do CEPESE, pretendeu-se dar um contributo para um melhor conhecimento da história de Moncorvo e reflectir quanto à definição de um projecto de afirmação cultural de Moncorvo no contexto de Trás-os-Montes e mesmo a nível nacional, que tivesse em conta as potencialidades, autenticidade, e identidade deste velho burgo.
    Com tal objectivo, procurámos congregar os investigadores que conhecessem Torre de Moncorvo e a sua região e pudessem, com o seu conhecimento e experiência, ajudar-nos a definir uma estratégia que permita fazer desta vila uma referência de cultura a nível regional, nacional e transfronteiriço.
    Atenderam ao nosso apelo historiadores de arte, do património industrial e da história contemporânea, professores universitários ligados ao estudo do minério do ferro e especialistas do desenvolvimento regional, nacionais e estrangeiros e um empresário ligado ao mundo da arte que, durante dois dias apresentaram temas e debateram ideias, como se pode ver pelos estudos que agora se publicam, e que foram objecto de arbitragem científica.
    Resta-nos agradecer a todas as entidades que permitiram a realização deste Seminário. A Câmara Municipal de Moncorvo, na pessoa do seu presidente, engenheiro Aires Ferreira, à Biblioteca Municipal de Moncorvo, na pessoa da Dra. Helena Pontes; ao CEPESE, responsável pela organização deste Seminário, nas pessoas da Dra. Paula Barros, do Dr. Paulo Amorim e da Dra. Maria José Ferraria; à Associação dos Alunos e Amigos do Ex-Colégio Campos Monteiro, Dra. Conceição Salgado e Dra. Adília Fernandes; ao ISLA, na pessoa do Dr. António Martins e da Dra. Maria da Graça Martins; às Galerias Cordeiro, na pessoa do Dr. Agostinho Cordeiro; à Universidade Lusíada do Porto; à Real Companhia Velha; à Carnady; à Fundação António de Almeida; à FCT; ao Jornal de Notícias e ao BES.
    Finalmente, a todos os colegas, portugueses e espanhóis, que nos deram o gosto de aceitar o nosso convite e participar neste Seminário.

    Fernando de Sousa
    (Presidente do CEPESE)

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  2. O CEPESE

    O CEPESE - Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade é um centro de investigação com vocação inter-universitária, fundado em 1990 pela Fundação Eng.º António de Almeida e pela Reitoria da Universidade do Porto, com sede num edifício autónomo da Universidade do Porto. Considerado como unidade de investigação desde 1996, no âmbito da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, agrega investigadores de várias Universidades e outras instituições de ensino superior, públicas e privadas, de diferentes regiões do País, contando, ao presente, com mais de 200 associados, dos quais 104 doutorados. Na última avaliação internacional (2008), o Centro recebeu a classificação máxima obtida pelos Centros de História. A sua investigação, embora tendo como tronco comum a História, desenvolve-se numa perspectiva multidisciplinar, recebendo importantes contributos da Sociologia, Psicologia, Economia, Relações Internacionais, Património Cultural, Demografia e Prospectiva, apoiando a realização de estudos, propiciando a discussão e debate dos resultados de investigação em Seminários regulares e pluridisciplinares, e promovendo a edição de obras de carácter científico e de uma revista, População e Sociedade, a qual publicou, até ao momento, 17 números. Para além dos seus próprios projectos, o CEPESE desenvolve projectos de investigação em colaboração com outros Centros e Universidades, nacionais e estrangeiros, com alguns dos quais mantém protocolos de colaboração, privilegiando desta forma a internacionalização da sua actividade científica.
    Em ordem a cumprir os seus objectivos, o CEPESE apoia a investigação dos seus membros, convida especialistas externos nas áreas de investigação referidas, mantém um sítio na Internet (http://cepese.up.pt), onde fornece informação actualizada sobre a sua actividade, notícias, working papers e a edição online da sua revista, e dispõe de uma biblioteca especializada, informatizada e pesquisável online, aberta aos associados, investigadores e a alunos de mestrado e doutoramento.
    O CEPESE presta ainda apoio científico e financeiro à investigação de jovens licenciados que pretendam efectuar cursos de mestrado e doutoramento, apoio que se traduz no acesso livre à biblioteca, na concessão de estágios, nas acções de formação e metodologia do trabalho científico que desenvolve e na disponibilização de bolsas de iniciação à investigação.

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  3. Ficha Técnica

    Título
    Moncorvo. Da tradição à modernidade

    Coordenação
    Fernando de Sousa

    Capa
    www.fotonucleodourosuperior.net

    Edição
    Edições Afrontamento / Rua Costa Cabral, 859 / 4200-225 Porto
    www.edicoesafrontamento.pt / geral@edicoesafrontamento.pt

    CEPESE - Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
    Rua do Campo Alegre, 1055 4169-004 Porto
    Telef.: 22 609 53 47 / 22 600 15 13
    Fax: 22 543 23 68
    E-mail: cepese@cepese.pt
    www.cepese.pt

    Colecção: Diversos, 23
    N.º de edição: 1230
    ISBN Edições Afrontamento: 978-972-36-1029-1
    ISBN Edições CEPESE: 978-989-95922-5-4
    Depósito legal: 298070/09
    Impressão e acabamento: Rainho & Neves, Lda. / Santa Maria da Feira / geral@rainhoeneves.pt
    Tiragem: 1000 exemplares

    Impresso em 2009

    Colaboraram nesta publicação: Adília Fernandes; Adriano Vasco Rodrigues; Agostinho Cordeiro; David Justino; Diogo Ferreira; Fátima Farrica; Fernando de Sousa; Francisco Lourenço Vaz; Horácio Maia e Costa; João Mendonça; Jorge Custódio; José Amado Mendes; José Marques; Luís Alexandre Rodrigues; Manuel Lemos de Sousa; Maria da Assunção Carqueja; Maria da Conceição Salgado; Natália Marinho Ferreira-Alves; Otília Lage; Paula Barros; Ricardo Rocha; Sílvia Braga e Virgílio Tavares

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  4. É para mim o mais completo estudo sobre Moncorvo.Devia ser repetido e analizar o que se realizou e o que ficou pelo caminho.Abre portas a uma visão para o desenvolvimento; empresários ,governo autárquico e trabalhadores deviam ler e meditar o que aqui está escrito.Magnífico trabalho.O painel dos colaboradores é de primeira água.Escrevam ,estudem,investiguem Torre de Moncorvo,publiquem os vossos trabalhos.Moncorvo precisa de gente com qualidade e vontade de encontrar soluções.Eternamente grato.
    Amílcar Gomes

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  5. Se este é o mais completo estudo sobre Moncorvo, então só resta dizer: - POBRE MONCORVO!.....

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