quinta-feira, 27 de março de 2014

CRÓNICAS de MOGADOURO. BANDAS DE MÚSICA – CONSERVATÓRIOS DO POVO.Por: António Pimenta de Castro

Banda de Carviçais
Muito se tem falado do património cultural do nosso país e cada vez mais se tem valorizado o muito que há a preservar, contudo muito pouco se tem falado das nossas bandas de música (filarmónicas), que são os verdadeiros Conservatórios Musicais do nosso Povo. As Filarmónicas têm desempenhado um papel único e extraordinariamente importante, sobretudo na região interior do nosso país, ao dar educação musical, ou simplesmente sensibilizar a nossa juventude para a música. A este papel fundamental não se tem dado o devido relevo, ou não tem sido devidamente reconhecido e é urgente fazê-lo!
  Todos sabemos que os tempos atuais estão difíceis, sobretudo no aspeto financeiro, ao qual se junta um escasso número de jovens disponíveis nas nossas regiões para estas atividades, por isso estas instituições estão em crise ou, simplesmente a passar por muitas dificuldades. Daí a urgência de as ajudar. Não tenhamos dúvidas, às Bandas de Música não lhes é reconhecido o seu verdadeiro valor, o seu papel junto da nossa juventude, ajudando-a a desviar-se de vícios e maus costumes e a dar-lhes uma oportunidade de “conhecerem” a verdadeira música, sensibiliza-los para a aprendizagem e prática de um instrumento musical (ou mais de um) e o prazer de a executar. Como sou professor (de História), conheço muitos ex-alunos meus que, devido a estas Academias do Povo, hoje tocam em bandas musicais do exército ou forças policiais ou mesmo em orquestras. No interior, não temos muitas ofertas para a juventude e a música é uma das mais apelativas para eles. Este é um autêntico serviço público e um benefício que a nossa juventude merece. Tudo o que se poder fazer pela cultura popular, deve ser feito. Quem não gosta de ouvir uma filarmónica tocar na rua ou a “animar” um arraial popular? Quem, como disse Chico Buarque de Holanda, não sai à rua: “Pra ouvir a banda passar, tocando coisas de amor”? Penso que ninguém, mas mesmo ninguém fica insensível ao ouvir os acordes de uma banda filarmónica!
Ajudemos a salvar este património, incentivemos a nossa juventude a “inscrever-se” na banda da sua terra.
 Quero agradecer, em nome do povo português às bandas das nossas terras (quer sejam dos Bombeiros, quer de associações Culturais e/ou recreativas), pelo excelente serviço que prestam ao nosso país e aos nossos jovens, que o Criador dos ajude e proteja.  
Por tudo o que foi dito, faço um apelo, a quem de direito, para ajudarem a nossa juventude a “desviar-se” dos vícios que a “destroem” e a praticarem a “nobre arte” da música e assim cultivarem o seu espírito, a sua sensibilidade e, quem sabe, a poder habilitar-se a um emprego.     

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