quarta-feira, 21 de maio de 2014

Nordeste Transmontano investe 33 milhões de euros na amêndoa

 Agricultores transmontanos estão apostar na produção de amêndoa com investimentos de 33 milhões de euros na expansão de amendoal na região maior produtora nacional deste fruto seco, divulgou hoje a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte.
Segundo dados avançados à Lusa pelo diretor regional, Manuel Cardoso, depois de até 2009 se ter registado um decréscimo do número de hectares de amendoal na região, regista-se agora um aumento traduzido no número de pedidos de apoio financeiro ao PRODER (Programa de Desenvolvimento Regional).
Mostrar que a produção de amêndoa no Nordeste Transmontano tem potencial para crescer e que pode ser lucrativa para os agricultores é o propósito das jornadas técnicas que vão juntar especialistas e produtores, na sexta-feira, em Alfândega da Fé.
No Nordeste Transmontano, sobretudo nas zonas da Terra Quente e do Douro Superior, mais para o sul do Distrito de Bragança, concentra-se a maior parte do amendoal português, 16 mil dos cerca de 24 mil hectares, e daqui sai 67 por cento da produção nacional de amêndoa.
O volume de negócios gerado por este fruto seco em Trás-os-Montes ronda os oito mil euros por ano resultado de uma produção de cerca de duas mil toneladas, enquanto a vizinha Espanha, líder europeia na produção, colhe cerca de 220 mil toneladas por ano.
As estatísticas oficiais revelem que o interesse por esta cultura está a aumentar com a direção regional de agricultura a contabilizar "714 pedidos" de financiamento ao PRODER.
O diretor Manuel Cardoso adiantou que estão aprovados subsídios no valor de 17 milhões de euros para um investimento global de 33 milhões na expansão do amendoal em três mil hectares.

Manuel Cardoso destacou que acrescem ainda 12 milhões atribuídos pelo PRODER a alguns destes projetos como prémio à primeira instalação, ou seja iniciativa de jovens agricultores.
Dinamizar a fileira da amêndoa é o propósito dos promotores das jornadas programadas para Alfândega da Fé, no âmbito de um projeto que envolve a Direção Regional de Agricultura, o Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e do Centro de Investigação da Montanha do Instituto Politécnico de Bragança.
A iniciativa vai juntar empresários, produtores, técnicos e investigadores num debate sobre novas formas de produzir e escoar a amêndoa de Trás-os-Montes e Alto Douro, através da aposta em variedades locais, com mais sabor e aroma, na conservação de variedades em extinção e no desenvolvimento de novos produtos ou até novas formas de utilização, como por exemplo, na cosmética", como explicou Ana Paula Silva, do CITAB.
"Temos condições naturais muito favoráveis ao cultivo, que é feito, praticamente, em modo de produção biológica. É também uma cultura económica e ambientalmente sustentável, com um enquadramento perfeito com a vinha e o olival", sustentou.
Além disso, a amêndoa adapta-se "a uma região desertificada e envelhecida como Trás-os-Montes pois os custos de produção são relativamente reduzidos e exige pouca mão-de-obra quando comparada com outras culturas, nomeadamente a vinha", esclareceu.
HFI // JGJ
Lusa

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