quarta-feira, 14 de maio de 2014

Torre de Moncorvo presta homenagem ao seu primeiro emigrante "de sucesso"

 Torre de Moncorvo presta homenagem este mês ao primeiro emigrante "de sucesso" daquele concelho, que encantou algumas cortes europeias como a portuguesa, a francesa e a russa, com as suas inigualáveis flores artificiais.

"'Constantino - Rei dos Floristas', como ficou conhecido, foi o primeiro emigrante de sucesso do concelho de Torre de Moncorvo, apesar de ter sido uma criança abandona pela mãe na antiga 'casa da roda' que existiu na vila durante os séculos XVIII e XIX", explicou hoje à Lusa o autarca Nuno Gonçalves.
Reza a história que o "célebre artista" imitava como ninguém as flores naturais, tendo-se consagrado em Paris, na exposição de 1844 já que "ninguém conseguia distinguir as flores fabricadas pelo artista das flores naturais".
Em Portugal chegou mesmo a ser recebido no Paço pela Rainha D. Maria II a quem ofereceu "algumas das suas primorosas e belas flores".
"Para além da corte portuguesa, Constantino passou outras como a francesa ou a russa (...) para onde forneceu 'bouquets', tiaras ou ramos", acrescentou Nuno Gonçalves.
A arte de construir flores transformou Constantino num "empresário de sucesso", que montou uma fábrica no centro de Paris e percorreu "uma boa parte do mundo" onde, com a sua mestria e arte, continuou a fazer os seus arranjos florais e a transmitir os seus conhecimentos em diversos países.
"Constantino teve sempre vontade de regressar a Torre de Moncorvo, o que não veio a acontecer, tendo apenas enviado uma tiara de flores para o casamento da rainha Maria II, vindo a falecer em Paris", contou o autarca.
Para assinalar a efeméride e para receber as comemorações do "Mês de Constantino - Rei dos Floristas"o centro histórico da vila de Torre de Moncorvo já se encontra "decorado a rigor".
Além da decoração das ruas e equipamentos municipais do centro histórico com flores, estão agendadas outras atividades como recriação histórica da vida de Constantino, a realização de um colóquio sobre o artista, promoção de ateliês de flores nos vários largos da vila, um mercado de flores e visitas guiadas à Igreja da Misericórdia onde ainda se conserva um ramo de flores feito por Constantino.
O nome "do grande florista" ficou registado em Lisboa na denominação dada a um jardim público, "o Jardim Constantino", do novo bairro da Estefânia, e em Torre de Moncorvo na denominada rua Constantino - Rei dos Floristas.
Em Paris, há igualmente uma rua como o nome do especialista em flores artificiais.
"Apesar de toda a fama de Constantino, nunca lhe tinha sido preparada uma grande homenagem na sua terra natal, assim aproveitamos o mês de maio (mês das flores) para recriar a vida do Rei dos Floristas", concluiu o Nuno Gonçalves.
As principais celebrações estão agendadas para os dias 23 a 25 de maio em Torre de Moncorvo.
FYP // JGJ
Lusa/fim

3 comentários:

  1. Misé Fernandes :
    Constantino o Rei dos floristas, é por isso que paris sempe foi tão especial e requintado

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  2. Julio Remondes :
    Tudo o que sirva ou seja para divulgar o património artístico de Moncorvo e o valor das suas gentes merece ser apoiado e acarinhado. Desconhecia por completo a existência de um ramos de flores da autoria do nosso conterrâneo na Capela da Misericórdia. Tenho que ver "in loco" essa preciosidade.
    20 min · Gosto

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  3. Constantino o primeiro emigrante moncorvense de sucesso!... Que belo slogan!... Mas que diremos sobre o sucesso do primeiro advogado português que foi para o Brasil, quase dois séculos antes e ali foi o representante da Companhia de Comércio do Brasil? Ou de emigrantes moncorvenses que na Europa de 600 ganharam o estatuto de grandes banqueiros? ...
    Na minha juventude aconteceu uma das maiores revoluções culturais dos tempos modernos que foi o MAIO DE 68 em França. Vivi-a cá bem longe, mas com alguma intensidade. E recordo-me que um dos slogans mais evidenciados nas manifestações dizia o seguinte: - ON NE GOUVERNE AVEC DES VACARNES! - Não se governa com slogans!...
    Obviamente concordo com o J. Remondes quando diz que o importante é divulgar o património artístico e o valor das gentes de Moncorvo...
    Acontece que, peranteos homens de cultura que o aplaudiram e homenageram, Constantino acabou por cair no ridículo ao falsificar um registo de nascimento com dezenas de sobrenomes ilustres!... E o ridículo... sobretudo quando expresso em slogans, ganha uma sonoridade fantástica!... Na verdade, qualquer celebração séria merece estudos e debates... Talvez haja coisas inéditas e de muito interesse acerca de Constantino Rei dos Floristas para serem apresentadas com dignidade e não ao sabor das marés da política! Quem sabe? Um moncorvense que bem gostaria de ajudar a descerrar uma lápide na casa onde terá nascido Constantino ou poder oferecer uma imagem da folha do livro de registos da casa da roda de Alfândega da Fé onde escreveram o nome de Constantino antes de ser Rei. J. Andrade

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