sábado, 22 de novembro de 2014

JOSÉ SÓCRATES - UM TRANSMONTANO DETIDO




José Sócrates foi detido

Sócrates é um dos quatro suspeitos em investigação sobre fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção. É a primeira vez que um ex-primeiro-ministro é detido. Detenção ocorreu à chegada ao aeroporto de Lisboa.
José Sócrates foi detido no aeroporto de Lisboa, à chegada de Paris JOHN THYS/AFP (ARQUIVO)

O ex-primeiro-ministro José Sócrates foi detido na noite desta sexta-feira no âmbito de um processo em que se investigam crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção, confirma uma nota da Procuradoria-Geral da República (PGR).José Sócrates foi detido no aeroporto da Portela, em Lisboa, pelas 23h10, quando regressava de Paris."No âmbito de um inquérito, dirigido pelo Ministério Público e que corre termos no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), e onde se investigam suspeitas dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção, na sequência de diligências, desencadeadas nos últimos dias, foram efetuadas quatro detenções. Entre os detidos encontra-se José Sócrates", diz o comunicado da PGR.

Como nota a Lusa, esta é a primeira vez na história da democracia portuguesa que um ex-primeiro-ministro é detido para interrogatório judicial.O inquérito, apurou o PÚBLICO, está a ser conduzido pelo procurador Rosário Teixeira.A PGR afirma no comunicado que há mais três detidos além de Sócrates. Não revela, porém, nomes. Segundo o jornal Sol, que avançou a notícia, em causa estão Carlos Santos Silva (administrador do grupo Lena, que é amigo de Sócrates), Gonçalo Ferreira (advogado na Proengel, uma empresa de Carlos Santos Silva) e Joaquim Lalanda de Castro (representante em Portugal da Octapharma, a multinacional farmacêutica para a qual o ex-primeiro-ministro trabalha desde 2013).O comunicado da PGR diz ainda que a presente investigação não teve origem no processo Monte Branco, informação que o PÚBLICO também confirmou. 
No Verão, a revista Sábado tinha noticiado que o ex-primeiro-ministro estava a ser investigado no âmbito do processo Monte Branco, algo já então desmentido pela PGR. "Três dos detidos foram presentes ao juiz de instrução criminal durante o dia de sexta-feira, sendo que os interrogatórios serão retomados este sábado. Também este sábado, o quarto arguido será presente ao juiz de instrução. 
Foram ainda realizadas buscas em vários locais, tendo estado envolvidos nas diligências quatro magistrados do Ministério Público, e sessenta elementos da Autoridade Tributária e Aduaneira e da Polícia de Segurança Pública (PSP), entidades que coadjuvam o Ministério Público nesta investigação", acrescenta o comunicado da PGR.
Segundo o Sol, a casa de José Sócrates no centro de Lisboa foi um locais onde decorreram buscas, assim como num empresa em Alvalade onde o ex-primeiro-ministro terá arrendado um box onde guarda documentação."O inquérito, que investiga operações bancárias, movimentos e transferências de dinheiro sem justificação conhecida e legalmente admissível, encontra-se em segredo de justiça", diz ainda a nota emitida já depois da meia-noite pela Procuradoria.A informação de que José Sócrates poderia ser detido começou a circular ao fim da tarde. Segundo o PÚBLICO apurou, ao início da noite alguns canais de televisão já tinham equipas no aeroporto de Lisboa. Sinal de que alguém tinha “soprado” a informação para a comunicação social. A SIC  tem mesmo imagens do carro que levou Sócrates para interrogatório.Sócrates acabou por ser detido por membros da Autoridade Tributária e da PSP que têm estado a colaborar com o magistrado Rosário Teixeira, e que é também o responsável pela investigação ao Grupo Lena, cuja sede foi na tarde de sexta-feira alvo de buscas.
José Sócrates, de 57 anos, foi primeiro-ministro de Portugal entre Março de 2005 e Junho de 2011. Foi o primeiro socialista a governar com maioria absoluta, tendo deixado o Governo após o pedido de ajuda à troika de credores internacionais em Junho de 2011. 
Depois dos mais de seis anos de governação, Sócrates mudou-se para Paris, onde estudou, afastando-se da vida política portuguesa. Em Março de 2013, regressou à ribalta, com uma entrevista à RTP, e em Abril desse ano tornou-se comentador da estação pública, com um programa semanal, ao domingo.
Nesse entrevista à RTP, Sócrates foi confrontado com as acusações de ter uma vida de luxo em Paris. “Tenho uma só conta bancária há mais de 25 anos. Nunca tive acções, off-shores, nunca tive contas no estrangeiro. A primeira coisa que fiz quando saí do Governo foi pedir um empréstimo ao meu banco”, explicou então.
O nome do ex-primeiro-ministro já tinha sido envolvido em alguns processos judiciais, como o licenciamento do empreendimento Freeport em Alcochete e as polémicas escutas do processo Face Oculta, mas nunca a justiça tinha ido tão longe em relação a Sócrates.   http://www.publico.pt/politica/noticia/jose-socrates-detido-1677100

3 comentários:

  1. José Sócrates o melhor e maior ator que Portugal conheceu!
    A.A..

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  2. José Sócrates:
    Por si só capaz de evergonhar a região onde nasceu e até o país que dirigiu

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  3. UMA NÓDOA NO REINO MARAVILHOSO
    José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa GCIH (Vilar de Maçada, Alijó, 6 de Setembro de 1957) é um político português.

    Foi secretário-geral do Partido Socialista, de Setembro de 2004 a Julho de 2011 e Primeiro-ministro de Portugal de 12 de Março de 2005 a 21 de Junho de 2011. Além desses postos, José Sócrates foi secretário de estado-adjunto do Ministério do Ambiente e Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território no governo de António Guterres, e um dos organizadores do campeonato de futebol UEFA Euro 2004 em Portugal.

    José Sócrates é licenciado em Engenharia Civil pela Universidade Independente1 e em 2013 concluiu um mestrado em Ciência Política na Escola Doutoral do Instituto de Estudos Políticos de Paris, no qual foi o melhor aluno na variante de Teoria Política.2

    José Sócrates foi detido em 21 de novembro de 2014 à chegada ao Aeroporto da Portela, em Lisboa, oriundo de Paris indiciado por crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

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