terça-feira, 20 de outubro de 2015

Quercus faz participação à UNESCO contra parque eólico em Torre de Moncorvo


A construção do Parque Eólico de Torre de Moncorvo já tinha levada a Quercus a admitir no mês passado avançar com uma queixa. Nesta quinta-feira de madrugada, em comunicado, a associação ambientalista diz que apresentou uma participação à UNESCO — Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. E apela para que esta intervenha preventivamente junto do Governo português “de forma a evitar a aprovação do parque eólico”.


O Parque Eólico de Torre de Moncorvo está previsto para os concelhos de Torre de Moncorvo e Carrazeda de Ansiães e, segundo a associação, vai “afectar a paisagem na Zona Especial de Protecção (ZEP) do Alto Douro Vinhateiro”. Trata-se, diz, de "mais um atentado à paisagem cultural do Alto Douro Vinhateiro, património da humanidade”.
Associação ambientalista diz que está em causa a paisagem do Alto Douro Vinhateiro, património da humanidade: “Estamos a falar de 30 equipamentos com altura superior a prédios de 30 andares.”

“A instalação de 30 aerogeradores com 120 metros de altura é incompatível com a paisagem classificada do Alto Douro Vinhateiro, dado que os aerogeradores são visíveis a dezenas de quilómetros”, afirma o comunicado.


Quando, em Setembro, a Quercus ameaçou com uma queixa, Nuno Gonçalves, o presidente da Câmara de Torre de Moncorvo, reagiu, em declarações à Lusa: “Por norma, são estes os argumentos da Quercus quando há investimentos na região. Não passam de ruído ao qual já estamos habituados.” De acordo com a edição online do Mensageiro de Bragança, o autarca acrescentou, na altura: “Há alguns erros na argumentação da Quercus, já que quase 90% do parque eólico está fora da área do Alto Douro Vinhateiro e nesta matéria alguém informou mal a Quercus. A maioria das torres eólicas não são visíveis do rio Douro.”

Já a Quercus, no seu comunicado, defende: “O Douro é composto por um mosaico de áreas agrícolas, com socalcos e floresta mediterrânica, e não deve ser afectado com uma industrialização da paisagem. Estamos a falar de 30 equipamentos com altura superior a prédios de 30 andares, já para não falar nas acessibilidades e rede eléctrica também necessárias à conclusão do empreendimento. Estes elementos artificiais não fazem parte da paisagem nem da cultura do Douro."

E prossegue: “Há já notícias internacionais alertando para o excesso de construção de infra-estruturas impactantes na paisagem implantadas na Região do Douro Vinhateiro e suas regiões limítrofes, com efeitos muito negativos para a imagem do Douro que podem no futuro trazer consequências graves para o sector da viticultura e do enoturismo associado.”

A associação alerta assim para os eventuais "prejuízos económicos" da construção, para o impacto na biodivesidade mas também no bem-estar das populações: "Existe igualmente o risco de ruído nas aldeias próximas, tendo sido verificado um receptor (6) para o período nocturno com valor acima do limite legal."

Fonte: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/quercus-faz-participacao-a-unesco-contra-parque-eolico-em-torre-de-moncorvo-1711222

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